quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Um Pedaço de Pizza

      

O parque augusta é algo lindo, cheio de verde, uma bonita mescla de cores. Precisamos mesmo de mais prédios em São Paulo? Pois bem, eu acho que não.  Para você que não esta entendendo, o parque augusta esta situado em uma área central de São Paulo com reserva de mata atlântica, cujo cidadãos estão privados de usufruírem desta reserva natural pela especulação imobiliária. E como eu e varias pessoas lutamos por algo raro de São Paulo, e não algo costumeiro, como prédios.

Tudo começou quando eu entrei no parque. Observei tudo, o verde, as barracas, as pessoas fazendo yoga e as cores. Eu, minha mãe, a Claudinha e o Pedrinho descemos a pequena ladeira para ir ao bosque. Entramos no bosque passamos por alguns caras que ouviam música, por mais barracas, uma pequena casa toda pixada, e um grupo fazendo slackline, e então saímos. Nos sentamos sobre grandes barras de metal que estavam por ali. Me sentei ao lado de um grupo com quatro meninas e um menino. A menina fazendo massagem dizia ainda precisar fazer algo pois estava "hiper ativa" no momento, e os outros apenas reclamavam de fome. Ficamos por ali e passaram minutos e mais minutos, e eu apenas observava o parque, observava a faixa dizendo "o bosque é sagrado", pequenos cartazes pintados de cores diferentes dizendo "o parque é nosso" e coisas do tipo, algumas pessoas plantando árvores e algumas praticando yoga. Quando de repente um entregador de pizza desceu o parque, e deu uma pequena volta no fim, e subiu o pequeno morro.
"Olha o entregador de pizza!" O grupo ao lado gritou, o entregador, deu a pizza, pegou e o dinheiro, e foi embora. Uma pequena garota, deveria ter 6 anos, parou por ali, seu cabelo preso em duas tranças caindo sobre os ombros, ela puxou o vestido da mãe, uma negra gorda com um pano com estampa de frutas preso na cabeça. Elas andaram até o grupo."Oi Anne!" a mulher que aparentemente minha mãe conhecia disse a Anne. A pequena sorriu, e olhou a pizza. "Posso pegar um pedaço?" Anne comia a pizza com os olhos, quase salivando."Por favor o que?" a mulher diz. "Por favor posso pegar um pedaço?" A menina diz, esperando por um sim. "Claro" e a mulher abre a caixa como se fosse algo do paraíso. A menina sorriu, e foi em frente, com o chinelo rosa fazendo barulho sobre as pequenas pedras, ela sorriu e pegou um pedaço, algo que parecia ser precioso. E deu uma mordida.
E foi vendo isso que eu entendi. Somos uma comunidade, precisamos uns dos outros, ajudamos uns aos outros e fazer algo gentil não custa caro, e por isso, pelo povo de São Paulo, por mim, por você, por nós, estamos tentando salvar o parque Augusta.



2 comentários:

  1. Filha, cada dia me orgulho mais e mais de vc.. sinto seu crescimento.. Adoro o q vc escreve e como escreve.. Te amo! Bj Dadaia

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  2. Puxa Luna!
    O final da sua crônica me emocionou, você descreveu muito bem a pizza, a vontade da menina, e as suas reflexões a partir disso. Muito bacana. O início pode ser, me parece, melhor trabalhado, principalmente no sentido de situar o leitor que talvez não conheça a polêmica, não saiba da ocupação do parque, esse tipo de coisa.
    as suas descrições das pessoas são ótimas.
    Bom trabalho!
    Luana

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